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No último post aqui publicado, tratei da ultracorreção, também chamada de hipercorreção. Uma observação que me foi feita me obriga a voltar ao tema.
Me corrigiram porque escrevi “azeite de oliva”, argumentando que o correto é “azeite de olivas”. A justificativa: não se faz o azeite com uma oliva só; são necessárias, como no poema de Cabral, muitas olivas.
Tá bom! vou reclamar no supermercado e devolver o suco de uva que comprei, porque feito de uma uva só.
Mattoso Câmara já falava da aplicação incompleta das ultracorreções. Segundo o mestre, o sujeito diz “copo com água” em vez de “copo de água” porque parte do pressuposto de que a preposição “de” sugeriria matéria. Essa mesma pessoa, no entanto, diz “garrafa de vinho” e “frasco de perfume”.
O outro exemplo que Mattoso Câmara nos dá de incompletude de ultracorreção encontramos em livros, manuais e, agora, com bastante frequência, nas redes sociais. Ensinam que o correto é “morador à rua X” em vez de “morador na rua X”. No entanto, quando o nome do logradouro é masculino, não vacilam em dizer “morador no Largo do Machado”.