Literatura

Lúcio Cardoso e William Faulkner

3 minutos Quem lê Crônica da casa assassinada, romance de Lúcio Cardoso (1912 – 1968), cuja primeira edição é de 1959, e lê Enquanto Agonizo (As I Lay Dying), romance de William Faulkner (1897 – 1962), publicado pela primeira vez em 1930, perceberá semelhanças entre eles. Neste artigo, comento algumas delas. A Crônica tem 56 capítulos; Enquanto agonizo, 59. Os capítulos da obra de Faulkner, no entanto são bem menores, que os da Crônica, o que resulta que, no todo, Enquanto agonizo é um Leia mais

Kaschtanka: um conto de Tchékhov

2 minutos No artigo, trato do conto ‘Kaschtanka’, de Anton Tchékhov (1860 – 1904). Esse conto tinha sido publicado numa edição caprichada da Cosac & Naify, mas com o fechamento da editora, virou raridade. Outras edições apareceram, como a da Boa Companhia (selo da Companhia das Letras), que apresenta, além de ‘Kaschtanka’, mais seis contos, todos muito bons e a da Editora 34, no livro O beijo e outras histórias. Em ambas em tradução direta do russo por Boris Schnaiderman. ‘Kaschtanka’ é uma obra-prima. Leia mais

A significação como tema na literatura

11 minutos Questões relativas à nomeação dos seres e à significação das formas linguísticas têm feito parte da literatura ocidental desde a Antiguidade. A Literatura, por ter como matéria-prima a palavra, e por voltar-se aos efeitos de sentido que essa possa produzir no interlocutor, tem tematizado a relação palavra / referente extralinguístico e a significação com os mais variados propósitos. Os exemplos são inúmeros. Em Antígona, de Sófocles, estabelece-se um conflito entre Creonte, rei de Tebas, e Antígona em decorrência de significados diferentes que Leia mais

Um conto de carnaval

6 minutos O bebê de tarlatana rosa, de João do Rio,  é um dos melhores contos brasileiros, cuja história se passa no período carnavalesco. No livro, O conto na sala de aula, que escrevi em parceria com Jessyca Pacheco, comentamos esse conto e o reproduzimos na íntegra. Aqui, falarei dele rapidamente. Em O bebê de tarlatana rosa, um narrador instala no texto uma personagem, Heitor de Alencar, que narra a própria história, ocorrida em um carnaval no Rio de Janeiro no mesmo ano em Leia mais

A cor e a fúria

2 minutos Um dos diálogos mais pungentes da literatura é o travado entre Henry Supten e Charles Bon nas páginas finais de Absalão, Absalão! romance de William Faulkner. Antes de citar frases do diálogo, contextualizo sumariamente para aqueles que ainda não leram o livro. Henry é o filho “primogênito” de Thomas Supten do casamento deste com Ellen. Dessa união, nasceu também Judith, a irmã mais nova de Henry. Um esclarecimento: Thomas Supten, Ellen, Henry e Judith são todos brancos. Charles Bon é filho de Leia mais