Senilidade

4 minutos No ano passado, falando de adaptações de obras literárias para o cinema, comentei a que Mauro Bolognini fez do romance Senilità, de Italo Svevo. Gostaria de voltar ao assunto, não só porque Svevo é um dos autores de que mais gosto por aquilo que escreveu, mas também porque ele me remete a meus ancestrais, já que Svevo é da cidade hoje italiana de Triste, onde nasceu em 1891. Nessa região, nasceu também Amábile, minha avó materna, que teve importante papel em minha Leia mais

O dito-cujo

4 minutos Me chamaram a atenção para o fato de que em meus textos revelo gostar do cujo. Não é que gosto de usar o cujo, assim como não gosto de usar gravata. Algumas vezes sou obrigado usar gravata; em outras, sou obrigado a usar o cujo. As gravatas têm uma vantagem sobre o cujo, pois apresentam vários modelos, desenhos e cores; mas o cujo é sempre cujo. No máximo, ele sofre variações de gênero e número para concordar com o termo a que Leia mais

Kótin, o provedor, e Platonida

5 minutos No artigo de hoje, falo sobre uma dos maiores narradores de histórias que se conhece, o russo Nikolai Leskov (1831 – 1895), autor de romances, novelas e contos. Walter Benjamin, num ensaio que se tornou célebre, “O narrador”, afirma que Leskov é um dos maiores narradores da literatura moderna. O conto sobre o qual vou dizer algumas palavras chama-se “Kótin, o provedor, e Platonida”, que faz parte do livro A fraude e outras histórias, publicado pela Editora 34, com tradução de Denise Leia mais

Implicaturas

3 minutos Nesta semana postei em minha página no Facebook a seguinte frase: “Se você não consegue ficar duas horas sem olhar para seu celular, não vá ao cinema”. As pessoas devem ter percebido que, nessa frase, o sentido vai além do que está expresso. Não preciso dizer qual sentido pretendi transmitir com essa postagem. Ao utilizar a linguagem verbal, seja na forma falada ou escrita, é fundamental que haja cooperação daqueles que nela estão envolvidos (falante e ouvinte; escritor e leitor). Segundo o Leia mais

Sobre a brevidade da vida

1 minuto Em De brevitate vitae, Sêneca afirma: “Brevíssima e angustiosa é a vida daqueles que se esquecem do passado, negligenciam o presente e temem o futuro”. Chegando ao final de seu ensaio diz “Ninguém tem a morte diante dos olhos, todos estendem longe as esperanças, alguns até mesmo dispõem as coisas para depois de sua vida: sepulcros grandiosos, dedicatórias em obras públicas, oferecimento de jogos fúnebres e exéquias ambiciosas de glória”. A vida é breve, mas não a recebemos breve. Nós é que Leia mais