O português brasileiro

9 minutos No último post, Mataram a beata, a partir de uma notícia de um jornal português, tecei alguns comentários sobre as diferenças entre o português brasileiro e o europeu. Como alguns leitores me pediram para falar um pouco mais sobre o tema, retomo o assunto. A ideia de uma língua única, que não se altera, é um mito, pois a heterogeneidade social e cultural implica a heterogeneidade linguística. Há línguas que são comuns a várias nações. No caso do português, ela é língua comum a diversos Estados Leia mais

Mataram a beata

4 minutos Como é de conhecimento de todos, há diferenças entre o português brasileiro e o europeu. Quando ouvimos um lusitano falando o português, percebemos imediatamente a diferença entre as variedades. Mas as diferenças não se restrigem ao componente fonológico, elas podem ser observadas também na sintaxe, ou seja, na forma como as frases são construídas. Aqui dizemos Estou trabalhando, lá dizem Estou a trabalhar. Aqui temos a tendência a usar os pronomes oblíquos átonos antes do verbo ( Ela me disse; me convidaram). Leia mais

Uso do acento grave

3 minutos No artigo, a partir de um post publicado pelo site UOL, teço algumas considerações sobre o emprego do acento grave ( ` ) em português. O propósito do artigo não é apresentar regras que determinam o uso desse sinal gráfico. Para isso, o leitor tem à disposição gramáticas da língua portuguesa. O UOL reproduzia fala do Presidente do Chile, Sebastián Piñera, em reposta a uma declaração feita pelo Presidente Jair Balsonaro, tecendo críticas à ex-Presidente chilena e atual comissária da ONU para Leia mais

Coerência textual

4 minutos No artigo, a partir de um tuíte que foi compartilhado em outras redes sociais, comento, em rápidas pinceladas, o conceito de coerência textual. O texto não é um amontoado de frases e seu sentido vai além da soma das frases que o constituem, já que essas se organizam por mecanismos que fazem com que um texto seja percebido pelo destinatário como tal. Entre esses mecanismos, tem-se, entre outros, a coesão e a coerência. A coerência é responsável por fazer do texto um Leia mais

Despertar, um conto de Maupassant

3 minutos “Despertar” pode ser considerado um conto psicológico, aquele em que a sondagem do mundo interior da personagem se sobrepõe à ação propriamente dita. O que vem à tona no conto é a imagem das ilusões que alimentam a protagonista, um movimento de desconstrução de uma fantasia. A narrativa é breve e apresenta unidade de ação, tempo e espaço. Há um único episódio e um número reduzido de personagens, apenas quatro: Jeanne Vasseur, a protagonista; seu marido, o sr. Vasseur; Paul Péronel (Capitão Leia mais