O dito-cujo

4 minutos Me chamaram a atenção para o fato de que em meus textos revelo gostar do cujo. Não é que gosto de usar o cujo, assim como não gosto de usar gravata. Algumas vezes sou obrigado usar gravata; em outras, sou obrigado a usar o cujo. As gravatas têm uma vantagem sobre o cujo, pois apresentam vários modelos, desenhos e cores; mas o cujo é sempre cujo. No máximo, ele sofre variações de gênero e número para concordar com o termo a que Leia mais

Kótin, o provedor, e Platonida

5 minutos No artigo de hoje, falo sobre uma dos maiores narradores de histórias que se conhece, o russo Nikolai Leskov (1831 – 1895), autor de romances, novelas e contos. Walter Benjamin, num ensaio que se tornou célebre, “O narrador”, afirma que Leskov é um dos maiores narradores da literatura moderna. O conto sobre o qual vou dizer algumas palavras chama-se “Kótin, o provedor, e Platonida”, que faz parte do livro A fraude e outras histórias, publicado pela Editora 34, com tradução de Denise Leia mais

Implicaturas

3 minutos Nesta semana postei em minha página no Facebook a seguinte frase: “Se você não consegue ficar duas horas sem olhar para seu celular, não vá ao cinema”. As pessoas devem ter percebido que, nessa frase, o sentido vai além do que está expresso. Não preciso dizer qual sentido pretendi transmitir com essa postagem. Ao utilizar a linguagem verbal, seja na forma falada ou escrita, é fundamental que haja cooperação daqueles que nela estão envolvidos (falante e ouvinte; escritor e leitor). Segundo o Leia mais

Sobre a brevidade da vida

1 minuto Em De brevitate vitae, Sêneca afirma: “Brevíssima e angustiosa é a vida daqueles que se esquecem do passado, negligenciam o presente e temem o futuro”. Chegando ao final de seu ensaio diz “Ninguém tem a morte diante dos olhos, todos estendem longe as esperanças, alguns até mesmo dispõem as coisas para depois de sua vida: sepulcros grandiosos, dedicatórias em obras públicas, oferecimento de jogos fúnebres e exéquias ambiciosas de glória”. A vida é breve, mas não a recebemos breve. Nós é que Leia mais

Gente boa da roça

3 minutos Hoje, trago o conto “Gente boa da roça”, de Flannery O’Connor, escritora norte-americana do estado da Geórgia, onde nasceu em 1925. O’Connor estudou no Georgia State College for Women, onde se formou em Ciências sociais. Em 1946 conseguiu vaga na célebre Oficina de escrita criativa da Universidade de Yowa. Em 1955, publica a coletânea de contos Um homem bom é difícil de encontrar, da qual faz parte o conto “Gente boa da roça” comentado a seguir. Flannery O’Connor faleceu em 1964. Antes Leia mais